ARTE NO NORDESTE

ARTE NO NORDESTE

        A arte é uma das manifestações mais antigas do ser humano, tendo a sua origem na era paleolítica (12.000 a.C.), quando o homem primitivo vivia em bandos nômades dependendo da caça e da coleta de alimentos para sobreviver. O homem de Pequim e o de Neandertal, por exemplo, já sabiam pintar e fabricar instrumentos de pedra, de osso e de madeira.
Com a vinda de artistas e artesãos portugueses para o Brasil, durante o século XVI, a produção artesanal deixa de ser, apenas, uma manifestação artística e adquire um status profissionalizante. A expressão arte popular, porém, foi usada primeiramente pelo pesquisador japonês Soetsu Yanagi, em 1926. Ele criou o termo mingei (min = povo; gei = arte), para designar os trabalhos elaborados pelos artistas populares desconhecidos, que tinham em comum a simplicidade e um estado de espírito desengajado da idéia de beleza ou feiura.
Remanescente do processo pré-industrial de produção, a elaboração artesanal consiste em um sistema de produção que se situa entre a arte popular e a pequena indústria. Tal sistema está subordinado ao meio ambiente, ou seja, à abundância local de determinada matéria prima, e representa uma alternativa de emprego e renda firmada na tradição: o indivíduo produz determinado objeto, de uma determinada forma, porque os seus pais e avós faziam assim.
Neste sentido, a característica de artesanal não recai sobre o produto, porém sobre o sistema específico através do qual o produto é elaborado, vinculando-se à necessidade que o ser humano possui de individualização, de não padronização, em um mundo que se apresenta cada vez mais massificado. E a confecção de objetos, por intermédio de técnicas primitivas, fica atrelada a uma temática relativamente nova: a do folclore.
Os produtos artesanais, em cada estado, sofrem variação de acordo com a presença e/ou abundância dos materiais. As tribos indígenas do Maranhão, em particular, elaboram objetos com palhas de plantas, madeiras e penas de pássaros. O estado produz doces de frutas nativas, além de sucos (de murici, bacuri e buriti); cerâmica figurativa (no Vale do Parnaíba); cerâmica utilitária (em Apiaí); rendas de almofadas (em Guimarães, São Luís, Humberto de Campos e Praia do Raposo); cestarias (em Barreirinhas); e tecelagem e redes de dormir (em Alcântara, Pinheiros, São Bento e Barreirinhas). Em se tratando de rendas - herança dos portugueses - o Nordeste produz os seguintes tipos: de bilros, labirinto, crochê, irlandesa, renascença e filé. Por outro lado, os bordados mais comuns são: labirinto, ponto-de-cruz, ponto-cheio, rococó, richelieu e redendê. Seguindo uma tradição advinda dos tempos coloniais, as noivas continuam encomendando rendas e peças bordadas para os seus enxovais.
Nos municípios de Marechal Deodoro e Pontal da Barra, em Alagoas, as mulheres efetuam bordados sobre o linho branco. Em Caldas de Cipó e Tucano, é possível apreciar a confecção de rendas (de bilros, labirintos e filés), e a tecelagem ornamental. Em Palmeira dos Índios, Porto Real do Colégio, Água Branca e Igreja Nova fabricam-se peças de barro: potes, jarras pintadas com tauá vermelho e branco e moringas em formatos antropomórficos. E os municípios de Tanque d’Arca, Penedo e Passo de Camaragibe produzem peças de cerâmica.
Muitos artefatos de pesca são fabricados em 34 municípios de Alagoas, particularmente em Coqueiro Seco, Marechal Deodoro, Santa Luzia do Norte e Paripureira: 13 tipos de redes de pesca, jererés e puçás para pescar crustáceos e peixes pequenos. Igaci e Lagoa do Félix produzem, ainda, alguns instrumentos musicais (como o bombo e a zabumba). Em teares bastante rudimentares, Delmiro Gouveia fabrica redes de algodão e Girau do Ponciano redes em caroá. São Sebastião produz renda de bilros e Maceió tecelagem em labirinto. A renda chamada filé é produzida em Pontal da Barra e Marechal Deodoro. Na Ilha do Ferro, situada a 18 km do município de Pão de Açúcar, a atividade principal das mulheres é o bordado "Boa Noite", o único no Brasil.
Em Catolé do Rocha, na Paraíba, os artesãos produzem batique, uma pintura feita à base de tinta e cera de abelha, e uma variedade de rendas e de redes. São Mamede fabrica uma cerâmica especial, onde o barro é vitrificado pela própria natureza. O artesanato de barro, do tipo lúdico (bois, cavalos, elefantes, bonecos e mobiliário infantil), pode ser encontrado em Patos. Osbrinquedos de qualidade, confeccionados em madeira, latas ou sobras de outros materiais, são fabricados em Itabaiana. Juarez Távora e Juripiranga produzem cestarias, trançados e tecelagem (crivos, labirintos e rendas). Os trançados podem ser apreciados, ainda, em Salgado e Serra Redonda.
No Piauí (em Pedro II, Simplício, Mendes, Parnaíba, Oeiras, Floriano e Teresina) encontram-se os grandes centros produtores de cerâmica decorativa: moringas, potes, alguidares, pratos e panelas. Aquele Estado confecciona também objetos com fibras de buriti, tábua, tucum, carnaúba e agave (em Campo Maior e Piracuruca). As cestarias e trançados são produzidos em Parnaíba (o maior centro produtor). O município de Pedro II é o mais expressivo centro de produção de tecelagem artesanal. Às margens do rio Parnaíba, encontra-se uma variedade de artesanatos feitos com palha de coco babaçu, assim como esteiras de folha de carnaúba ou babaçu, para funcionar como divisórias de cômodos em casas humildes. Os troncos de carnaubeiras, por sua vez, são trabalhados para servir de bancos ou depósitos de mantimentos.
Outros municípios do Piauí fabricam objetos em madeira: gamelas, pilões, colheres de pau, santos e anjos. Teresina, Picos e Campo Maior produzem também artigos em couro (malas, arreios, roupa de vaqueiro). O Estado fabrica tecidos com fibras vegetais, bem como rendas, labirintos, bordados, crochês, colchas, tapetes e toalhas.
O município de Neópolis, em Sergipe, representa o grande centro produtor de cerâmica, mais conhecida como cerâmica de carrapicho, onde os objetos apresentam o fundo com motivos de espinha de peixe, contorno de aves, asas de passarinho, pintados com tinta preta e frisos finos. Itabaianinha fabrica muita cerâmica, além de trançados e cestarias (em palha de coco); e em Divina Pastora as mulheres fazem renda irlandesa.
Cascavel, no Ceará, é o maior centro produtor de cerâmica, mas os municípios de Juazeiro do Norte e Sobral também fabricam objetos em barro (como figuras do Padre Cícero e bois pintados com flores). Em Fortaleza, Cascavel, São Mamede, Maranguape, Quixeramobim, Camocim e Aracati, são fabricados rendas e objetos artesanais (chapéus e bolsas); e Caicó produz trabalhos em couro: cartucheiras, selas, chapéus e chicotes, entre outros.
O Ceará produz cestarias e trançados nos municípios de Limoeiro, Russas, Ipu, Aracati, Itaiçaba e Jaguarana. Sobral, em particular, confecciona chapéus com palha de carnaúba. Fortaleza, Araçoiaba, Pacajus e Capistrano fabricam uma tecelagem de qualidade. E Juazeiro do Norte destaca-se pela produção de artefatos em couro, metal e ourivesaria. Cabe ressaltar o município de Itarema, no litoral, onde a população local é remanescente dos índios Tremembé, como uma das poucas regiões nordestinas que não vivenciou o impacto do turismo. Lá, pode-se apreciar a fabricação de redes de fibras (em pequena escala), que é executada em teares verticais rudimentares.
O Rio Grande do Norte utiliza as areias coloridas de suas praias para enriquecer a produção artesanal. O estado produz, também, objetos de palha, e trançados de cipó (bolsas, vassouras, esteiras, abanos e cestas). Santo Antônio dos Barreiros produz a cerâmica decorativa (galos policromados); Mossoró e Nísia Floresta fabricam rendas e cerâmica utilitária; de Caicó saem os artigos em couro; em Luzia, Ana Dantas e Currais Novos são produzidas as esculturas de santos e animais em madeira (sem pinturas); e Júlio Cassiano e Jardim do Seridó fazem santos e banda de pífano em madeira.
O estado da Bahia é um grande centro produtor de artesanatos em madeira, palha e prata. O município de Maragogipinho produz moringas, jarros e tigelas em cerâmica, feitos com barro amarelo e vitrificados em seu interior. As rendas de almofadas são confeccionadas em Castro Alves e Santa Terezinha; os trabalhos em couro, em Ipirá; as peças utilitárias (em miniatura) em Nazaré das Farinhas; as redes de pesca em Xique-Xique; as colchas de algodão e de seda e espanadores de sisal, em Caldas de Cipó e Tucano. Itiúba fabrica chapéus de fibra, artigos de palha de ouricuri ou ariri, e bolsas de sisal. As cestarias e trançados, em geral, são fabricados na região do Médio São Francisco.
No Mercado Modelo, em Salvador, encontra-se uma grande variedade de produtos artesanais: talhas, estátuas, berimbaus, santos, terços, instrumentos musicais, pilões, frutas, pratos, colheres de pau; e uma série de artigos de metal como facas, sinetas, chocalhos, esporas, castiçais, campainhas, punhais, brasões entre outros. São encontrados, ainda, pilões e colheres de pau, de Porto Seguro; bonecas de pano, caminhões, jipes e carros de bois (feitos em madeira de buriti) da Barra.
O estado de Pernambuco possui uma grande produção artesanal. Na Casa da Cultura, situada no centro do Recife, e no Mercado da Ribeira, em Olinda, é possível apreciar uma amostra dessa produção. Na direção das praias do norte, a famosa tapeçaria Casa Caiada vem sendo elaborada por artesãs locais.
O maior centro produtor de cerâmica é Tracunhaém, um município localizado na Zona da Mata, a 58 km de Recife. Lá, cada casa representa umatelier, onde as pessoas vivem com as mãos na massa, moldando e/ou esculpindo objetos. O município de Goiana também produz muitos objetos em barro (especialmente santos, em tamanhos regulares).
De Ibimirim, município do sertão do Moxotó localizado a 380 km de Recife, saem as imagens religiosas em madeira, feitas de troncos de umburana; de Passira, a 109 km da capital, vêm os bordados; e em Caruaru, em pleno agreste pernambucano, são produzidos os bonecos de barro, herança da famosa escola do Mestre Vitalino, assim como uma série de outros objetos em cerâmica, palha e madeira. Todos os sábados, na Feira de Caruaru vêem-se expostos todos os tipos de artesanato, assim como uma grande variedade de trabalhos em couro: trajes típicos de vaqueiro, luvas, cintos, sandálias, bainha para facas, arreios para cavalos, entre outros.
Em Bezerros, pode-se acompanhar a produção de xilogravura (gravura feita em madeira e impressas em papel ou tecido), feita por Amaro Francisco e Borges..Itamaracá produz inúmeros objetos em chifre de boi: anéis, figas, animais, pássaros, navios, peixes, cabos e outros; cesta rias e trançados, objetos em pedras e conchas. Itamaracá e Fazenda Nova produzem, ainda, objetos em conchas e pedras; Pesqueira e Poção fazem doces (de goiaba e de tomate), rendas e bordados; e Timbaúba e Taracatu fabricam redes.
Santa Cruz do Capibaribe, localizada a 215 km do Recife, em pleno agreste de Pernambuco, possui uma das economias mais sólidas do Estado, há quatro décadas. Na feira da sulanca, encontram-se as roupas e tecidos mais baratos do Nordeste. O município conta com 1280 estabelecimentos comerciais e, de lá, saem para o restante da região cerca de 1 milhão de metros de jeans,semanalmente, e 500 toneladas de malha por mês. Santa Cruz do Capibaribe possui 38.000 habitantes e 40.000 máquinas de costura.
O trabalho artesanal, no entanto, uma atividade intensamente ocupadora de mão-de-obra no Nordeste, representa uma ocupação secundária e complementar para quem o executa. A cadeia de atravessadores, além do mais, que se estende do produtor até o cliente, contribui para diluir o pequeno lucro do artesão. O criador de riqueza passa a ser, então, o que menos a usufrui. Para ser compensatório, do ponto de vista econômico, a produção artesanal necessita se tornar uma atividade de mercado, deixando de ser, apenas, uma mera atividade de subsistência.
                   


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Fonte: Livro História da Arte ( Graça Proença)
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FOTOGRAFIA


FOTOGRAFIA

A palavra Fotografia vem do grego φως [fós] ("luz"), e γραφις [grafis] ("estilo", "pincel") ou γραφη grafê, e significa "desenhar com luz e contraste".

Por definição fotografia é, essencialmente, a técnica de criação de imagens por meio de exposição luminosa, fixando esta em uma superfície sensível A primeira fotografia reconhecida remonta ao ano de 1826 e é atribuída ao francês Joseph Nicéphore Niépce. Contudo, a invenção da fotografia não é obra de um só autor, mas um processo de acúmulo de avanços por parte de muitas pessoas, trabalhando juntas ou em paralelo ao longo de muitos anos. Se por um lado os princípios fundamentais da fotografia se estabeleceram há décadas e, desde a introdução do filme fotográfico colorido, quase não sofreram mudanças, por outro, os avanços tecnológicos têm sistematicamente possibilitado melhorias na qualidade das imagens produzidas, agilização das etapas do processo de produção e a redução de custos, popularizando o uso da fotografia.
   
A fotografia não é a obra final de um único criador. Ao longo da história, diversas pessoas foram agregando conceitos e processos que deram origem à fotografia como a conhecemos. O mais antigo destes conceitos foi o da câmara escura, descrita pelo napolitano Giovanni Baptista Della Porta, já em 1558, e conhecida por Leonardo da Vinci[6] que a usava, como outros artistas no século XVI para esboçar pinturas.
A primeira fotografia reconhecida é uma imagem produzida em 1826 pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, numa placa de estanho coberta com um derivado de petróleo fotossensível chamado Betume da Judeia. A imagem foi produzida com uma câmera, sendo exigidas cerca de oito horas de exposição à luz solar. Nièpce chamou o processo de "heliografia", gravura com a luz do Sol. Paralelamente, outro francês, Daguerre, produzia com uma câmera escura efeitos visuais em um espetáculo denominado "Diorama". Daguerre e Niépce trocaram correspondência durante alguns anos, vindo finalmente a firmarem sociedade. A fotografia então popularizou-se como produto de consumo a partir de 1888 com a introdução da câmera tipo "caixão" e pelo filme em rolos substituíveis criados por George Eastman. Desde então, o mercado fotográfico tem experimentado uma crescente evolução tecnológica, como o estabelecimento do filme colorido como padrão e o foco automático, ou exposição automática. Essas inovações indubitavelmente facilitam a captação da imagem, melhoram a qualidade de reprodução ou a rapidez do processamento, mas muito pouco foi alterado nos princípios básicos da fotografia
A grande mudança recente, produzida a partir do final do século XX, foi a digitalização dos sistemas fotográficos. A fotografia digital mudou paradigmas no mundo da fotografia, minimizando custos, reduzindo etapas, acelerando processos e facilitando a produção, manipulação, armazenamento e transmissão de imagens pelo mundo. O aperfeiçoamento da tecnologia de reprodução de imagens digitais tem quebrado barreiras de restrição em relação a este sistema por setores que ainda prestigiam o tradicional filme, e assim, irreversivelmente ampliando o domínio da fotografia digital.
FOTOGRAFIA EM PRETO E BRANCO A fotografia nasceu em preto e branco, mais precisamente como o preto sobre o branco, no início do século XIX.Desde as primeiras formas de fotografia que se popularizaram, como o daguerreótipo - aproximadamente na década de 1823 - até aos filmes preto e branco atuais, houve muita evolução técnica e diminuição dos custos. Os filmes atuais têm uma grande gama de tonalidade, superior até mesmo aos coloridos, resultando em fotos muito ricas em detalhes. Por isso, as fotos feitas com filmes PB são superiores as fotos coloridas convertidas em PB. As fotografias em preto e branco se destacam pela riqueza de tonalidades; a fotografia colorida não tem o mesmo alcance dinâmico.
Na fotografia P&B se costuma utilizar a luz e a sombra de forma mais proeminente para criar efeitos estéticos -­ há quem prefira fotografar apenas em filme preto e branco, mesmo com a maior facilidade e menor custo do equipamento digital. Os sensores das câmeras digitais ainda possuem alcance dinâmico muito menor do que a fotografia P&B e mesmo da colorida, estando mais próximo do slide.
FOTOGRAFIA COLORIDA A fotografia colorida pode formar imagens como uma transparência positiva, planejada para uso em projetor de slides (diapositivos) ou em negativos coloridos, planejado para uso de ampliações coloridas positivas em papel de revestimento especial. O último é atualmente a forma mais comum de filme fotográfico colorido (não digital), devido à introdução do equipamento de foto impressão automático.
A fotografia pode ser classificada como tecnologia de confecção de imagens e atrai o interesse de cientistas e artistas desde o seu começo. Os cientistas usaram sua capacidade para fazer gravações precisas, como Eadweard Muybridge em seu estudo da locomoção humana e animal (1887). Artistas igualmente se interessaram por este aspecto, e também tentaram explorar outros caminhos além da representação fotomecânica da realidade, como o movimento pictural. As forças armadas, a polícia e forças de segurança usam a fotografia para vigilância, identificação e armazenamento de dados.
Fotografias aéreas eram utilizadas para levantamento do uso da terra e planejamento de uma determinada região.
A fotografia pode ser utilizada no processo de investigação do cotidiano de nossos estudantes, a fim de que mediante as imagens obtidas da escola, da família, da vizinhança, da cidade e das coisas que os cercam, eles sejam orientados, através de uma metodologia específica, para análise e estudo desses "momentos documentados" e suas correlações históricas, sociais, geográficas, étnicas e econômicas; na educação, a simples disponibilidade do aparato tecnológico não significa facilitar o processo ensino-aprendizagem. É preciso que o professor alie os recursos tecnológicos com os seus conhecimentos e estratégias de ensino, visando alcançar um objetivo: o conhecimento real da imagem fornecida através da fotografia.
FOTOGRAFIA COMO ARTE A discussão sobre se a fotografia é arte ou não é longa e envolve uma diversidade de opiniões.
De acordo com Barthes,[  muitos não a consideram arte, por ser facilmente produzida e reproduzida, mas a sua verdadeira alma está em interpretar a realidade, não apenas copiá-la. Nela há uma série de símbolos organizados pelo artista e o receptor os interpreta e os completa com mais símbolos de seu repertório.
Fazer fotografia não é apenas apertar o disparador. Tem de haver sensibilidade, registrando um momento único, singular. O fotógrafo recria o mundo externo através da realidade estética.
Em um mundo dominado pela comunicação visual, a fotografia só vem para acrescentar, pode ser ou não arte, tudo depende do contexto, do momento, dos ícones envolvidos na imagem. Cabe ao observador interpretar a imagem, acrescentar a ela seu repertório e sentimento. Na fotografia encontra-se a ausência, a lembrança, a separação dos que se amam, as pessoas que já faleceram, as que desapareceram.
Para algumas pessoas, fotografar é um ato prazeroso, de estar figurando ou imitando algo que existe. Já para outras, é a necessidade de prolongar o contato, a proximidade, o desejo de que o vínculo persista. A foto faz que as pessoas lembrem-se do seu passado e que fiquem conscientes de quem são. O conhecimento do real e a essência de identidade individual dependem da memória. A memória vincula o passado ao presente, ela ajuda a representar o que ocorreu no tempo, porque unindo o antes com o agora temos a capacidade de ver a transformação e de alguma maneira decifrar o que virá.
A fotografia captura um instante, põe em evidência um momento, ou seja, o tempo que não pára de correr e de ter transformações. Ao olhar uma fotografia é importante valorizar o salto entre o momento em que o objeto foi clicado e o presente em que se contempla a imagem, porém a ocasião fotografada é capaz de conter o antes e depois.
Fotografa-se para recordar, porque os acontecimentos terminam e as fotografias permanecem, porém não sabemos se esses momentos foram significativos em si mesmos ou se tornaram memoráveis por terem sido fotografados.

 A fotografia deu ao homem um a visão real do mundo, tornando-se assim, um instrumento de como captar imagens dos registros da história.





                                       Fonte: Livro História da Arte ( Graça Proença)
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ARTE BARROCA

ARTE BARROCO

Barroco é o nome dado ao estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século XVIII, inicialmente na Itália, difundindo-se em seguida pelos países católicos da Europa e da América, antes de atingir, em uma forma modificada, as áreas protestantes e alguns pontos do Oriente. Considerado como o estilo correspondente ao absolutismo e à Contra-Reforma, distingue-se pelo esplendor exuberante. De certo modo o Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica, embora interpretando-a diferentemente, o que teria resultado em diferenças na expressão artística de cada período. Enquanto no Renascimento as qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia eram as mais buscadas, o tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual. Mas nem sempre essas características são evidentes ou se apresentam todas ao mesmo tempo. Houve uma grande variedade de abordagens estilísticas, que foram englobadas sob a denominação genérica de "arte barroca", com certas escolas mais próximas do classicismo renascentista e outras mais afastadas dele. As mudanças introduzidas pelo espírito barroco se originaram, pois, de um profundo respeito pelas conquistas das gerações anteriores, e de um desejo de superá-las com a criação de obras originais, dentro de um contexto social e cultural que já se havia modificado profundamente em relação ao período anterior.
O Barroco nasceu na Itália, que desde o Renascimento se tornara o maior pólo de atração de artistas em toda a Europa e o maior centro irradiador de influência. Nos dois terços finais do século XVI esteve em vigor uma derivação tardia do Renascimento, conhecida como Maneirismo, que muitos autores consideram um estilo autônomo, o qual se estendeu por toda a Europa, também a partir da Itália. O ambiente que deu origem ao Maneirismo foi marcado por profundas mudanças na economia, na política, na cultura e na religião.
O contexto social em que floresceu o Barroco foi marcado por numerosas mudanças na situação política européia e pelo conflito constante. Foi assinalado que entre 1562 e 1721 a Europa como um todo não conheceu a paz senão em quatro anos. A maior guerra deste período foi a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que envolveu a Espanha, França, Suécia, Dinamarca, Países Baixos, Áustria, Polônia, Império Otomano e SacroImpério. De início desencadeada pela disputa entre católicos e protestantes, logo repercutiu para o campo secular em questões dinásticas e nacionalistas. Na conclusão do confronto, a Paz de Vestfália determinou uma reorganização ampla na geografia política continental, favoreceu o fortalecimento de Estados absolutistas, enfraqueceu outros, mas reconheceu a impossibilidade da reunificação do Cristianismo, que foi deslocado como força política pelas realidades práticas da política secular.
Nesse espírito se encaixaram a religião, a filosofia moral e as ciências, na tentativa de melhor estudar a natureza e motivações do ser humano, a fim de que o conhecimento resultante fosse usado para fins práticos definidos, mormente o dirigismo e manipulação das massas por parte dos poderes constituídos, e a adaptabilidade por parte dos indivíduos em meio a um contexto agitado e incerto. Na cultura da época, o autoconhecimento  desejado desde o tempo de Sócrates, agora se revestia de um caráter tático, racional e utilitarista. E a partir do autoconhecimento e autodomínio, se acreditava que se conheceria o íntimo de todos os homens, e se poderia dominar a natureza e o ambiente social com mais facilidade.
O Barroco começou a ser estudado seriamente no final do século XIX, e desde então os teóricos da arte têm tentado definir-lhe seus contornos, mas essa tentativa provou-se dificultosa, e pouco consenso foi conseguido. Um dos primeiros estudiosos a abordar o tema foi Heinrich Wölfflin, que o descreveu contrapondo-o ao Renascimento e definido cinco traços genéricos principais: o privilégio da cor e da mancha sobre a linha; da profundidade sobre o plano; das formas abertas sobre as fechadas; da imprecisão sobre a clareza, e da unidade sobre a multiplicidade. Sua definição ainda é tomada como o ponto de partida de muitos estudos contemporâneos sobre o Barroco.
O barroco, no Brasil, foi introduzido no início do século XVII,pelos missionários católicos, especialmente jesuítas, que trouxeram o novo estilo como instrumento de doutrinação cristã. O poema épico Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira, é um dos seus marcos iniciais. Atingiu o seu apogeu na literatura com o poeta Gregório d Matose com o orador sacro Padre Antônio Vieira, e nas artes plásticas seus maiores expoentes foram Aleijadinho, na escultura, e Mestre Ataíde, na pintura. No campo da arquitetura esta escola floresceu notavelmente no Nordeste, mas com grandes exemplos também no centro do país, em Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro. Na música, ao contrário das outras artes, sobrevivem poucos mas belos documentos do barroco tardio. Com o desenvolvimento do neoclassicismo a partir das primeiras décadas do século XIX a tradição barroca, que teve uma trajetória de enorme vigor no Brasil e foi considerada o estilo nacional por excelência, caiu progressivamente em desuso, mas traços dela seriam encontrados em diversas modalidades de arte até os primeiros anos do século XX
. O Barroco apareceu no Brasil quando já se haviam passado cerca de cem anos de presença colonizadora no território; a população já se multiplicava nas primeiras vilas e alguma cultura autóctone já lançara sementes. O Barroco não foi, assim, o veículo inaugural da cultura brasileira, o Maneirismo cumpriu o papel de iniciador, mas floresceu ao longo da maior parte de sua curta história "oficial" de 500 anos, num período em que os residentes lutavam por estabelecer uma economia auto-sustentável - contra uma natureza selvagem e povos indígenas nem sempre amigáveis - até onde permitisse sua condição de colônia pesadamente explorada pela metrópole.
Minas teve a peculiaridade de ser uma área de povoamento mais recente, e pôde-se construir em estéticas mais atualizadas, no caso, o Rococó, e com mais liberdade, uma profusão de igrejas novas, sem ter de adaptar ou reformar edificações mais antigas já estabelecidas e ainda em uso, como era o caso no litoral, o que as torna exemplares no que diz respeito à unidade estilística. O conjunto rococó das igrejas de Minas tem uma importância especial tanto por sua riqueza e variedade como por ser testemunho de uma fase bem específica na história brasileira, quando a região foi a "menina dos olhos" da Metrópole por suas grandes jazidas de ouro e diamantes.  A arquitetura barroca mineira é interessante por se realizar geralmente em um terreno acidentado, cheio de morros e vales, dando uma forma atraente à urbanização das cidades.
O período barroco brasileiro tem, então, em seus santos e suas igrejas a mais significativa manifestação de fé e de arte: não só uma fé intimista com que cada pessoa se relacionava com seu santo, mas também, como uma expressão ímpar de ver, sentir e vivenciar a arte.



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PINTORES ALAGOANOS

PINTORES ALAGOANOS

O Estado de Alagoas é valorizado pela pluralidade cultural e as criações artísticas espalhadas por toda parte, dando um colorido todo especial e também contando a história do nosso povo, através da música, da dança, escultura e principalmente a pintura em tela e mural.

Podemos destacar alguns pintores, de peculiar talento como:

DÊNIS MATOS

Marcélo Denis de Portela Matos nasceu em Maceió, Alagoas. Iniciou o seu estudo de Arte Moderna em 1970, por intermédio do Departamento de Arte e Cultura (DAC) de Alagoas. Fez vários cursos nas áreas das Artes Plásticas e participou de inúmeras coletivas e individuais, ao longo de sua carreira como pintor, conquistando lugar de destaque no cenário das artes em nosso Estado. Expõe no VIII Salão TRT 19ª Região, as seguintes obras, na técnica mista (permanent marker, tinta e verniz acrílico) sobre tela, da série Monumentos da Natureza da Terra Alagoana.

Cobra Fuma

PERSIVALDO FIGUEIRÔA

Natural de Vertentes , Pernambuco. Há 17 anos reside em Maceió. Estudou Desenho e Pintura no Instituto Universal Brasileiro e no Ateliê Edmilson Sales. Vem participando de diversas exposições, desde 1999. É um artista apaixonado pela pintura de Picasso, com seus traços marcantes e figuras propositadamente distorcidas. Fala da sua arte com o mesmo encanto: “meu trabalho é multicolorido, algumas vezes apresentando tom sépia; no entanto, a paixão pelas cores primárias são evidenciadas, acentuando-se a isso todo o calor e beleza do Nordeste. Quanto ao estilo, sigo a linha figurativa com grande influência abstrata.” Três obras figuram no VIII Salão, da série Teatro de Marionetes, na técnica óleo sobre tela..

 Simão e
GRAÇA DIAS

Alagoana, Maria das Graças Lima Dias iniciou-se na arte em 1993. Fez Curso de Desenho e Pintura na Escola de Belas Artes de Alagoas (Cenarte). Participou de diversas exposições em salões, galerias e espaços culturais de Alagoas, entre os quais o Shopping Iguatemi, 1995, 1997, 1998, 1999 e 2000; Caixa Econômica Federal, 1995 e 1996; I Bienal do Livro e da Arte, 1998; III e VII Salão TRT 19ª Região de Pintores Alagoanos, 1998 e 2002; Armazém 384, 1999 e 2000, entre outros. Neste VIII Salão TRT, apresenta da série Renda de Urupema, na técnica acrílica sobre fibra vegetal
a de Cada Dia


CÉLIA MALTA

O estilo desta alagoana, natural de Mata Grande, é contemporâneo, figurativo e abstrato, com traços impressionistas marcados pelo contrastes de cores, formas e luzes. Célia Malta freqüentou os cursos dos reconhecidos professores Lourenço Peixoto, Estefânia Gòes e Edmilson Salles. Participou de diversas exposições e salões no Hotel Jatiúca, Armazém Sebrae, Iate Clube Pajuçara, Casa da Palavra, Fundação Pierre Chalita entre outros.
Casario 2 

MARLÔ PEDRA

Marlô Neise Pedra Jorge é paulistana radicada em Alagoas. Artista dotada de extraordinária sensibilidade estética, tornou-se responsável por vasta produção pictórica apresentada em dezenas de exposições coletivas e individuais. Premiada em vários eventos, suas obras chegaram a ser objeto de tese em curso superior. No VIII SALÃO TRT 19ª REGIÃO DE PINTORES ALAGOANOS, apresenta três obras, “COPOS DE LEITE” (80 x 80 cm), em acrílica sobre tela c/espátula.


NANÁ LOUREIRO

Natural de Maceió, AL, iniciou-se nas artes em 1987, praticando o acadêmico em ateliês como o de D. Salles e Pierre Chalita, até chegar a um estilo próprio. Participou de inúmeras exposições, desde 1991, realizadas no Estado de Alagoas. Foi destaque no concurso iconográfico “Imagens das Alagoas” promovido pela Secretaria de Turismo e Fundação Teatro Deodoro.

III da Serie Etda Serie Etni
RITA VILELA
 
Natural de Maceió - AL, desde estudante primária a artista envolveu-se com as artes plásticas, a música e o teatro. Em sua formação, teve aulas de desenho com o professor Tenório e pintura de OST com o professor Bismarck, ambos cursos no Cenart. Posteriormente, freqüentou as aulas dos professores Odete, Oswaldo Cruz e Sales,além de cursos de texturas diversas e acrílica, com os professores Chico Simas e Lúcio Santos. Suas individuais foram realizadas no Ministério da Saúde, Banco do Brasil, Festolândia e nos Shoppings Farol e Iguatemi. Participou de diversas coletivas em Maceió. Suas produções são acadêmicas e abstratas.
irafAnjo

SANDRA NEVES
Natural de Maceió, Alagoas. Formada pela UFAL em Arquitetura e Urbanismo, é uma artista autodidata. Sua primeira individual realizou-se em 1999, promovida pela Secretaria Municipal de Cultura de Maceió. No período de 2 000 a 2002, participou de feiras em Alagoas e Tocantins, através do projeto “Alagoas Presente”. Em 2002, realizou sua segunda individual, promovida pela Instituto Soraya Toledo, em Maceió. Naquele ano, além da classificação no Salão do TRT, participou da Exposição de Aniversário da Associação Comercial de Maceió. No VIII SALÃO TRT 19ª REGIÃO DE PINTORES ALAGOANOS, expõe três obras, todas em textura sobre tela, todas. As obras tratam da necessidade do homem de integração com a natureza, de auto-conhecimento e da relação humana com o movimento.


WALFRIDO ALENCAR

Alagoano, logo cedo, dedicou-se às letras e às artes. Fixou-se no Recife, onde esteve presente em inúmeros movimentos culturais. Transferindo-se para o estado de São Paulo, participou de várias coletivas, em Campinas, Rio Claro e na capital paulistana. Tem sido um divulgador das belezas de Alagoas, nos estados por onde passa. As telas que apresenta neste VIII SALÃO TRT 19ª REGIÃO DE PINTORES ALAGOANOS são uma homenagem ao ilustre poeta do azul, Carlos Pena Filho de Recife (PE), todas na técnica óleo sobre tela.


A porta que não existia


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CINEMA

CINEMA

Cinema (do grego: κίνημα - kinema "movimento") inclui a técnica de projetar imagens para criar a impressão de movimento, bem como uma arte e a indústria cinematográfica. As obras cinematográficas (mais conhecidas como filmes) são produzidas através da gravação de imagens do mundo com câmeras, ou pela criação de imagens utilizando técnicas de animação ou efeitos visuais.
Os filmes são feitos de uma série de imagens individuais chamadas fotogramas. Quando essas imagens são projetadas de forma rápida e sucessiva, o espectador tem a ilusão de que está ocorrendo movimento. A cintilação entre os fotogramas não é percebida devido a um efeito conhecido como persistência da visão, pelo qual o olho humano retém uma imagem durante uma fração de segundo após a fonte ter sido removida. Os espectadores têm a ilusão de movimento devido a um efeito psicológico chamado movimento beta.
O cinema é um artefato cultural criado por determinadas culturas, que refletem as mesmas e, por sua vez, as afetam. O cinema é considerado uma importante forma de arte, uma fonte de entretenimento popular e um método poderoso para educar - ou doutrinar - os cidadãos. Os elementos visuais dão aos filmes um poder de comunicação universal. Alguns filmes se tornaram mundialmente populares ao usarem técnicas de dublagem ou legendas, que traduzem o diálogo.
A origem do nome "cinema" vem do fato de que o cinematógrafo, historicamente, foi o primeiro equipamento utilizado para o registro e exibição de filmes. Por metonímia, a palavra também pode se referir à sala de espetáculos onde são projetadas obras cinematográficas.
A invenção da fotografia, e sobretudo a da fotografia animada, foram momentos cruciais para o desenvolvimento não só das artes como da ciência, em particular no campo da antropologia visual.
O cinema é possível, graças à invenção do cinematógrafo pelos Irmãos Lumière no fim do século XIX. Em 28 de dezembro de 1895, no subterrâneo do Grand Café, em Paris, eles realizaram a primeira exibição pública e paga de cinema: uma série de dez filmes, com duração de 40 a 50 segundos cada, já que os rolos de película tinham quinze metros de comprimento. Os filmes até hoje mais conhecidos desta primeira sessão chamavam-se "A saída dos operários da Fábrica Lumière" e "A chegada do trem à Estação Ciotat", cujos títulos exprimem bem o conteúdo. Apesar de também existirem registros de projeções um pouco anteriores a outros inventores (como os irmãos Max Skladanowsky [1] [2] e Emil Skladanowsky na Alemanha), a sessão dos Lumiére é aceita pela maciça maioria da literatura cinematográfica como o marco inicial da nova arte. O cinema expandiu-se, a partir de então, por toda a França, Europa e Estados Unidos, através de cinegrafistas enviados pelos irmãos Lumière, para captar imagens de vários países.
Nesta mesma época, um mágico ilusionista chamado Georges Méliès, que comandava um teatro nas vizinhanças do local da primeira exibição mencionada, quis comprar um cinematógrafo, para utilizá-lo em seus números de mágica. No entanto, os Lumière não quiseram vender-lhe, e o pai dos irmãos inventores chegou a dizer a Meliès que o aparelho tinha finalidade científica e que o mágico teria prejuízo, se gastasse dinheiro com a máquina, para fazer entretenimento. Meliès conseguiu um aparelho semelhante, depois, na Inglaterra, e foi o primeiro grande produtor de filmes de ficção, com narrativas, voltadas para o entretenimento. Em suas experimentações, o mágico descobriu vários truques que resultaram nos primeiros efeitos especiais da história do cinema. Foi o responsável, portanto, pela inserção da fantasia na realização de filmes.
Logo depois, nas duas primeiras décadas do século XX, o diretor estadunidense David W. Griffith, um dos pioneiros de Hollywood, realizou filmes que fizeram com que ele fosse considerado pela historiografia cinematográfica o grande responsável pelo desenvolvimento e pela consolidação da linguagem do cinema, como arte independente, apesar das polêmicas ideológicas em que se envolveu. Ele foi o primeiro a criar filmes em que a montagem e os movimentos de câmera eram empregados com maestria e, com isso, estabeleceu os parâmetros do fazer cinematográfico dali em diante. Destaque para "Intolerância", admirado até hoje entre cineastas e cinéfilos.
Como forma de registrar acontecimentos ou de narrar histórias, o Cinema é uma arte que geralmente se denomina a sétima arte, desde a publicação do Manifesto das Sete Artes pelo teórico italiano Ricciotto Canudo em 1911. Dentro do Cinema existem duas grandes correntes: o cinema de ficção e o cinema documental.
Como registro de imagens e som em comunicação, o Cinema também é uma mídia. A indústria cinematográfica se transformou em um negócio importante em países como a Índia e os Estados Unidos, respectivamente o maior produtor em número de filmes por ano e o que possui a maior economia cinematográfica, tanto em seu mercado interno quanto no volume de exportações.
Em seus primórdios, o cinema era um reflexo da realidade, como nos documentários dos irmãos Lumière, mas a partir das fantasias de Méliès passou a ser valorizado como uma verdadeira arte, com seus próprios recursos expressivos. O cinema é um meio de comunicação de massa, uma arte coletiva, concebida como espetáculo que pode incitar à reflexão e ao mesmo tempo divertir. Assistir a um filme supõe isolar-se da vida cotidiana a fim de participar dos sentimentos e emoções que a película provoca; é freqüente uma interrelação entre o espectador e alguns personagens.
Seis meses após inventado, o cinema chegou ao Brasil. A primeira sala exibidora inaugurou-se na rua do Ouvidor, Rio de Janeiro, em julho de 1897, e 15 anos depois os filmes eram a diversão favorita dos brasileiros. No entanto, as produções eram esporádicas. Acreditam os pesquisadores ter sido o italiano Afonso Segreto o primeiro a registrar imagens do país com uma câmara, em 1898, e nos primeiros dez anos só se produziram alguns filmes de atualidades e ficção de curta-metragem. Mas de 1908 a 1911 fizeram-se películas de todos os gêneros: melodramas, épicos, comédias, dramas históricos, adaptações de peças teatrais, obras religiosas e sátiras políticas como Pega na chaleira, sobre os bajuladores do senador Pinheiro Machado. Os pioneiros mais notáveis foram Paschoal Segreto, Júlio Ferrez, Alberto Botelho e o português Antônio Leal, autor do policial Os estranguladores.


 Fonte de pesquisa: Livro história da arte ( Graça Proença) e internet (Wikipédia-a enciclopédia livre).

























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